França e Inglaterra, A Guerra dos Cem Anos

Guerra Centenária que envolveu a França contra Inglaterra.

A Guerra dos Cem Anos ocorrida na Idade Média, tornou-se uma das mais longas guerras da História. A Guerra dos Cem Anos na verdade durou 116 anos.

As lutas iniciaram em 1337 e só terminariam em 1453. Apesar de a guerra durar mais de um Século, as lutas não eram continuas, sofrendo diversas pausas ao longo dos anos.

A Guerra dos Cem Anos pode ser dividida em 4 partes:

Primeira Parte (1337 – 1364)

No ano de 1328 o Rei Carlos IV da França morreu sem deixar herdeiros. O Trono Francês foi reclamado por Eduardo III da Inglaterra, neto do Rei Francês Felipe, O Belo, que era pai de Carlos IV.

A candidatura de Eduardo III foi vetado pelos franceses, segundo a “Lei Sálica” o trono da França não podia ser ocupado por uma mulher e seus descendentes. Eduardo III era neto de Felipe pelo lado materno.

Os franceses elegeram como novo monarca da França Felipe VI, sobrinho de Felipe IV. Em Flandres a Burguesia ligada aos ingleses em decorrência da Manufatura de Lã, se opôs a soberania francesa do novo Rei da França na região.

A disputa pelo Trono Françês e pela posse da região de Flandres foram os principais motivos que geraram a guerra. Os dois países já com os ânimos acirrados entraram em guerra em Maio de 1337 depois que o Rei Inglês Eduardo III enviou suas tropas para ocupar Flandres.

Os ingleses com o apoio dos Flamengos alcançaram a vitoria em varias batalhas. O Exército dos dois países se enfrentaram numa luta decisiva. Na “Batalha de Crécy” os franceses foram derrotados com os ingleses ocupando a Cidade de Calais.

Como não bastasse os mortos pela guerra , os dois países foram vitimados pela Peste Negra que assolava a Europa. Em 1356 reiniciaram-se as lutas, os ingleses sob o comando do Príncipe Negro, invadiram novamente a França agora governada por João, o Bom.

O Príncipe Negro, filho de Eduardo III derrotou as Tropas Francesas comandadas pelo Próprio Rei da França na “Batalha de Poitiers”.

O monarca francês foi levado para Inglaterra como prisioneiro de guerra e teve que assinar o “Tratado de Brétigny”.

Assinada a Paz entre as duas nações, a Inglaterra apoderou-se de boa parte do território francês.
Na França sem a figura do rei, a Monarquia Francesa entrou em colapso.

Os suditos do reino rebelaram-se em duas ocasiões. A burguesia liderada por “Etienne Marcel”, tentou implantar uma Monarquia Constitucional e os camponeses almejando melhorias de vida protestaram no movimento que ficou conhecido como a “Revolta da Jacquerie”.

Estas revoltas foram reprimidas com extrema violência pelas tropas dos senhores feudais franceses.

Segunda Parte (1364 – 1380)

Com a morte de João II em 1364, seu filho assumiu o trono francês tornando-se Carlos V da França. O novo monarca reorganizou o seu país, preparando a França para uma nova guerra contra a Inglaterra.

Em 1369 não aceitando o tratado assinado pelo seu pai, Carlos V reiniciou as hostilidades com os ingleses. Em 1375 o rei francês conseguiu recuperar boa parte dos territórios tomados pela Inglaterra graças as taticas de guerrilhas. Carlos V, que devido ao seu brilhante governo, ficou conhecido como Carlos, O Sábio.

Terceira Parte (1380 – 1422)

Com a morte de Carlos V assumiu o poder da França seu filho, Carlos VI. No novo governo a Monarquia Francesa passaria por um período de agitações. O reinado de Carlos VI seria marcado por uma guerra civil na França, os dois principais partidos do país, Armagnacs e Borguinhões, entrariam em confronto armado. Carlos VI, conhecido como o Louco, foi incapaz de impor a ordem na França.

Em delicada situação também estava a Inglaterra devido as disputas politicas internas e revoltas camponesas. Somente com a subida da família dos Lancaster ao poder é que ingleses retornaram a guerra.

No reinado de Henrique V a Inglaterra lançou-se para uma nova expedição na França aproveitando-se da desestruturação politica francesa na época. O Exército Inglês com a ajuda dos Borguinhões derrotaram as Forças Francesas na “Batalha de Azincourt” em 1415. Após a derrota, Carlos VI assinou o “Tratado de Troyes” em 1420, aceitando a anexão da França á Inglaterra.

Quarta Parte (1422-1453)

Henrique V e Carlos VII, morreram no mesmo ano de 1422. O Filho do Rei Inglês, Henrique VI assume ao mesmo tempo a Coroa Inglesa e a Francesa. Delfim Carlos, filho e legitimo herdeiro de Carlos VI, com o conhecimento da Inglaterra, governou a parte sul da França.

Decidido a organizar um Exército que lutaria contra a dominação inglesa na outra metade da França, em 1429, Delfim Carlos auto nomeou-se rei com o titulo de Carlos VII.
Entra em cena a figura de Joana D’arc, humilde camponesa que entrou para a História ao liderar a resistência de Carlos VII contra a Inglaterra.
As vitorias inicias conquistadas pela brava camponesa, fez com que Carlos VII investissem na guerra.

Joana D’arc criou um espírito nacionalista entre os franceses, fazendo com que as facções politicas rivais da França se unissem pelo ideal da libertação da Nação. Em 1431 esta grande guerreira seria capturada e queimada na fogueira por ser considerada uma herege.

As Tropas Francesas foram reestruturada transformando-se num eficiente Exército Nacional.

A França aproveitando-se do caos que se instalou na Inglaterra devido a “Guerra das Duas Rosas“, conseguiu consecutivas vitorias contra as Tropas Inglesas que ocupavam a França.
Depois de Perder a “Batalha de Castillon” em 1453, a Inglaterra viu se acuada ocupando somente a região de Calais.

Finalmente a França conseguiu impor sua soberania sobre seu próprio território. A Inglaterra ocupada internamente pela guerra civil que envolveu a Familia Lancaster contra a familia York, desistiu de continuar a guerra contra a França.

A guerra dos Cem anos termina sem a assinatura de um tratado de paz. Como consequencia da guerra tanto a França quanto a Inglaterra transformaram-se em Nações Modernas onde o rei passou a governar em sintonia com os desejos da nobreza e burguesia.